quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

A paciência é um santo remédio


A paciência é um santo remédio, que previne nossas explosões emocionais quando nos defrontamos com as inevitáveis contrariedades da vida e quando as coisas não acontecem no tempo que esperamos. A vida nem sempre será como a desejamos, como a planejamos. Ela tem uma sabedoria própria, que nos leva para onde é melhor para a nossa evolução, ainda que não sejamos capazes de enxergar isso num primeiro momento. E as coisas nem sempre vão ocorrer no nosso tempo, mas no tempo em que o resultado estiver maduro para surgir. As pessoas também nem sempre vão corresponder às nossas expectativas, pelo menos não o tempo todo. Inevitáveis, portanto, algumas doses de frustração em nossa vida!
A vida tem o seu próprio tempo, o seu ritmo, as pessoas têm a sua própria cadência e as suas próprias oscilações. Não temos como antecipar o amadurecimento de um fruto. Ele tem o seu próprio ciclo, e a paciência nos ajuda a compreender e respeitar os ritmos da vida, bem como o momento evolutivo de cada pessoa (e o nosso também).
Viver impacientemente leva a desgastes constantes, que arrasam as forças do nosso jardim!
É preciso reconhecer que nem tudo esta em nossas mãos, que não somos deuses, capazes de exercer o controle sobre pessoas e coisas (graças a Deus), sequer temos conhecimento suficiente para aferir, com segurança, o tempo em que os fatos devem acontecer - e se devem acontecer. Não somos onipotentes, nem oniscientes. Admitir isso ajudará muito a minimizar a nossa ansiedade e frustração, causas básicas da nossa impaciência".

DE LUCCA, José Carlos. O jardim de minha vida. São Paulo: Planeta do Brasil, 2017. p. 76-77.




 Pintura de Leon Roulette

sábado, 8 de dezembro de 2018

Na companhia dos outros, seja sincero e atencioso



[...].  Se quiser ser estimado, seja sincero. A sinceridade é uma qualidade da alma que Deus deu a todos os seres humanos, mas nem todos a manifestam. E acima de tudo, seja humilde. Mesmo que tenha admirável força interior, não oprima os outros com sua natureza forte. Seja calmo e tenha consideração com os demais. Essa é a maneira de desenvolver o magnetismo que o tornará mais estimado.
Procure sempre ser compreensivo. Algumas pessoas preferem brigar e criar mal-entendidos, independentemente do que dizemos ou fazemos. Estão sempre "com quatro pedras na mão". Para atrair amigos verdadeiros, é preciso cultivar a compreensão. Os amigos de verdade se entendem, não importa o que façam. Você deve ser assim. [...].
A consideração pelos outros é uma qualidade das mais admiráveis. É o maior poder de atração que podemos ter. Pratique-a! [...].

YOGANANDA, Paramahansa. A eterna busca do homem. Los Angeles: Self Realization Fellowship, 2007. p. 141-142.



Dianthus caryophyllus var. Lady Ardilam.
The Garden. v. 53, 1898.
www.plantillustrations.org

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A roupa do coração


Cada palavra enviada para fora veste a roupa do coração de onde ela vem, diz o místico islâmico Ibn Ata Allah. O que ele queria dizer? Uma pessoa má vai inclinar-se à insinceridade, mas o bem viver requer a atitude da sinceridade. A pessoa sincera tem uma intuição para a sua dignidade, mas também para a dignidade dos outros. Podemos confiar nela. Ela é direta. Ela não se deforma. E ela não muda de ideia o tempo todo. É honesta e faz o que é certo, o que é direito. Quem é sincero é honrado. Ele diz o que pensa, ele é claro. [...].
A linguagem nos trai. As palavras que jorram de nosso coração traem como parecemos por dentro. Quem elabora a atitude da sinceridade torna as suas palavras cada vez mais harmoniosas e claras. Elas se dirigem ao outro e dão-lhe ânimo para viver do jeito certo: para ele pensar e agir do jeito certo e segundo as suas possibilidades.

GRÜN, Anselm. Pequeno tratado do bem viver. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. p. 61-62.



 Pintura de Carl Larsson (1853-1919) 


domingo, 2 de setembro de 2018

A arte da boa conversa


"Existem quatro maneiras, e apenas quatro, de termos contato com o mundo. Somos avaliados e classificados por esses quatro contatos: o que fazemos, como aparentamos ser, o que dizemos e como dizemos".

Dale Carnegie



A capacidade de iniciar conversas interessantes é um dos maiores bens pessoais que um indivíduo pode ter. É de grande ajuda para o sucesso empresarial e social, além de contribuir para uma satisfação maior ao estar na companhia de outras pessoas.
Nada causa melhor impressão, sobretudo naqueles que não nos conhecem muito bem, do que a capacidade de manter uma boa conversa. Saber conversar, sendo capaz de despertar interesse nas pessoas, prender sua atenção, atraí-las naturalmente pela superioridade da capacidade de conversação, é algo que proporciona uma satisfação muito grande. Contribui não apenas para causar boa impressão em desconhecidos como também para fazer e manter amigos. Uma boa conversa abre portas e abranda corações. Faz com que nos tornemos interessantes  para qualquer tipo de empresa, contribui para que sejamos bem sucedidos no mundo, além de nos atrair clientes, pacientes ou consumidores. [...].
A conversa é um grande instrumento de desenvolvimento de poder. Entretanto, falar sem pensar, sem esforço para se expressar com clareza e de modo conciso, trabalhará contra nós. Uma mera conversa rápida ou fofoca não impressiona. Trata-se de algo bastante profundo para tal esforço superficial. Nada indicará com tanta rapidez nossa delicadeza ou grosseria em termos culturais, nossa educação ou a falta dela, quanto nosso modo de conversar. É através da maneira como nos expressamos que contamos a história de nossa vida como um todo. O que dizemos e como dizemos vai revelar todos os nossos segredos e mostrar ao mundo nossa verdadeira personalidade.

CARNEGIE, Dale. Como se apresentar bem e alcançar o sucesso. 2. ed. Rio de Janeiro: BestSeller, 2016. p. 37-38.


Pintura de Edmund Tarbell (1862-1938). 

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A força da gratidão




E se você acordasse amanhã só com o que você agradeceu hoje?


Anônimo


[...]. Há pouca gratidão em nossa vida! E encontrei alguns motivos para isso. O primeiro deles diz respeito à maneira pela qual a nossa mente foi programada ao longo da evolução. Pelo instinto da sobrevivência, a mente foi aparelhada para aprender rapidamente com as experiências ruins, mas não tão rapidamente com as boas. Desse modo, damos mais importância aos problemas que nos ameaçam do que às coisas boas que nos acontecem.
A falta de gratidão é quase uma falta de percepção nossa das inúmeras ocorrências positivas que nos felicitam todos os dias, principalmente daqueles acontecimentos diários que eu chamo de "pequenas felicidades": o abraço de um filho, a visão de uma árvore florida, voltar para casa depois de um dia estafante, a visita de um amigo, o sorriso de uma criança, a palavra afetuosa de um familiar, ter uma cama para dormir, água para o banho, remédio para dor, música para sonhar, livros para voar e tantas outras pequenas felicidades que passam despercebidas por nós. Incorporar a gratidão como um hábito de vida faria com que sentíssemos o contentamento pelas coisas boas da vida, aumentando, indiscutivelmente, os níveis da nossa felicidade.
O outro motivo pelo qual tendemos à ingratidão está ligado ao nosso egoísmo. Quem explica isso muito bem é o filósofo André Compte-Sponville: "O egoísta pode regozijar-se em receber. Mas seu regozijo é seu bem, que ele guarda só para si. Ou, se o mostra, é mais para fazer invejosos do que felizes: ele exibe o seu prazer, mas é o prazer dele. Já esqueceu que os outros têm algo a ver com isso. Que importância têm os outros? Por isso o egoísta é ingrato: não porque não goste de receber, mas porque não gosta de reconhecer o que deve a outrem, e a gratidão é esse reconhecimento...".
Nosso comportamento egoísta desconhece que, ao retribuirmos nossa alegria em forma de gratidão, estamos, na verdade, somando alegrias, compartilhando felicidade, aumentando o próprio prazer, o que, inevitavelmente, fará com que a nossa sensação de bem-estar se amplie consideravelmente. Ser mais generoso e menos egocêntrico favorece a prática da gratidão e, por consequência, passamos a ser pessoas mais felizes".
Gratidão e felicidade são como irmãs que jamais se separam. Uma não vive sem a outra e uma engorda a outra. Quando dou atenção ao que corre bem comigo e sou grato por isso, sou invadido por uma sensação de felicidade. [...].

DE LUCCA, José Carlos. Pensamentos que ajudam. São Paulo: Intelítera Editora, 2016. p. 97-99.


Pintura de Jacqueline Brochu


domingo, 22 de abril de 2018

A verdadeira escuta


A escuta é uma abordagem de humildade, em que colocamos o outro antes de nós mesmos. Os grandes narcisistas não escutam bem, e nos momentos em que estamos ansiosos, eufóricos ou tomados por muitas preocupações autocentradas, não somos capazes de escutar com qualidade. Embora, às vezes, possamos fingir escutar!
Na escuta encontram-se três mecanismos fundamentais: o respeito pela palavra alheia, o deixar vir e a capacidade de se deixar tocar. Respeitar a palavra é primeiramente não julgar o que o outro diz enquanto o escutamos. É muito difícil! Automaticamente, tendemos a formar um julgamento: apreciamos ou não, concordamos ou não, achamos que está certo ou errado. É difícil impedir que esse julgamento venha à mente, mas toda vez que o percebemos podemos nos dar conta e nos desapegar dele, para voltar de melhor maneira possível a uma verdadeira escuta.[...].

Christophe André - psiquiatra, pioneiro na introdução da meditação na psicoterapia.


In: ANDRÉ, Christophe; JOLLIEN, Alexandre; RICARD, Matthieu. O caminho da sabedoria: conversas entre um monge, um filósofo e um psiquiatra sobre a arte de viver. São Paulo: Alaúde Editorial, 2016. p. 111-112.



Pintura de Dante Gabriel Rossetti (1828-1882)

sexta-feira, 30 de março de 2018

Notas de Aromaterapia: Alecrim


Patrícia Davis em seu livro Aromaterapia nos ensina como evitarmos a fadiga mental:

Qualquer dos óleos essenciais classificados como estimulantes ou cefálicos pode ajudar a reduzir a fadiga mental, embora seja uma grande imprudência usar qualquer um deles em excesso. [..].
Os óleos de Alecrim, Hortelã-Pimenta e Manjericão são os mais utilizados para essa finalidade, sendo que, entre eles, sempre considerei o de Alecrim o mais útil, apesar de conhecer pessoas que têm grande confiança no de Manjericão. Um banho com 6 gotas de óleo de Alecrim será maravilhoso quando acordarmos já exaustos pela manhã, sabendo ter pela frente um dia árduo. A Hortelã-Pimenta é mais usada na forma de chá, o que é bem mais seguro do que o uso de chá forte, de café para nos ajudar durante uma longa jornada de trabalho.
Um dos meus métodos favoritos para manter-me alerta e com a mente desanuviada consiste em colocar 12 gotas de óleo de Alecrim em um vaporizador de óleos essenciais situado sobre a minha escrivaninha. Em circunstâncias em que isso não é possível, como quando estamos ao volante durante uma longa vagem, podemos colocar uma única gota de Alecrim em cada pulso, de modo que, ao movimentarmos as mãos, o vapor seja liberado para que o inalemos. Às vezes recorro a esse método quando estou escrevendo. [...]".

FONTE: DAVIS, Patricia. Aromaterapia. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 187.


Alecrim (Rosmarius officialis).
William A.R. Thomson. Guia Práctica ilustrada de Las plantas medicinales. 1978.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Coragem: uma qualidade inata da alma


Sucesso, saúde e sabedoria são atributos naturais da alma. A identificação com pensamentos e hábitos debilitantes, bem como a falta de concentração, perseverança e coragem, são responsáveis pelas tribulações devidas à pobreza, à má saúde, etc.
Você paralisa sua faculdade de buscar o sucesso com pensamentos de medo. O sucesso e a perfeição tanto da mente quanto do corpo são qualidades inerentes ao homem porque ele foi feito à imagem e semelhança de Deus. Para revindicar esse direito de nascença, porém, devemos primeiro nos livrar da ilusão de nossas próprias limitações.[...].
Um novo dia é uma oportunidade nova, para o ego humano, de empreender mais e mais ações heroicas. Enfrente cada pessoa e cada circunstância no campo de batalha da vida com a coragem do herói e o sorriso do conquistador. O que quer que se atravesse em seu caminho ou exija sua atenção tem de ser considerado um dever. O dever não é imposto ao homem por um poder superior. Ele é o impulso da vida rumo ao progresso. Negligenciar o dever é fonte de males que podem ser evitados pela sabedoria.
Não se relacione com pessoas que se queixam o tempo todo da vida. Essas pessoas podem arruinar sua espiritualidade recém-desperta, que lembra uma plantinha tenra crescendo dentro de você. Evite-as e tente ser sempre feliz, não importam as circunstâncias. Deus não se revela a ninguém que não esteja feliz e contente.

YOGANANDA, Paramhansa. Como ter coragem, serenidade e confiança: a sabedoria de Yogananda /Paramhansa Yogananda. São Paulo: Pensamento, 2012. p. 13-15.

Cattleya grandis var tenebrosa. warner,
R.; Williams, B. S. The orchid album, v. 1897, 1887.
www.plantillustrations.org


segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

A busca da felicidade no lugar errado


Buscar a felicidade fora de nós mesmos é como tentar agarrar uma nuvem. A felicidade não é uma coisa: é um estado mental. Precisa ser vivida. Nem o poder mundano nem os esquemas de ganhar dinheiro poderão jamais captar a felicidade. A inquietação mental resulta de uma percepção voltada para fora. E essa inquietação significa que a felicidade sempre se mostrará esquiva. O poder temporal e o dinheiro não são estados da mente. Uma vez obtidos, apenas diluem a felicidade. Com certeza não a podem concentrar.
Quanto mais dispensamos nossas energias, menos poder nos sobra para aplicar a um empreendimento específico. Os hábitos envolventes da preocupação e do nervosismo brotam de profundezas abissais no subconsciente, lançando tentáculos à volta de nossa mente e eliminando de vez toda a paz interior que porventura tenhamos desfrutado.
A verdadeira felicidade nunca será encontrada fora do Eu. Quem a procura ali age como se estivesse à cata do arco-iris em meio às nuvens!

YOGANANDA, Paramhansa. Como ser feliz o tempo todo: a sabedoria de Yogananda. São Paulo: Pensamento, 2008. p. 11.


Babianas.
The Floral Magazine, Londres, nov. ser.  v. 2, 1878.
www.biodiversitylibrary.org

Paciência

   Nossa impaciência desequilibra os processos internos e externos da Natureza em nós. Atos e atitudes pacienciosas podem mudar nosso modo d...