segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Reconheça as tendências que o tornam único


Sobretudo, "sê a ti próprio fiel". Esta afirmação é o ponto alto da famosa lista de conselhos dados por Polônio na peça Hamlet de Shakespeare. Estritamente falando, significa ser verdadeiro consigo mesmo e não fazer algo que você, por dentro, sinta ser errado. Na verdade, significa ter a consciência limpa, ainda que o mundo inteiro duvide de você. Significa uma alegria e uma força interior que valem todos os tesouros do universo.
Mas as palavras de Polônio possuem um significado que vai muito além disso. A consciência não é o único companheiro de nosso ser que precisamos cuidar. Há uma multidão composta por: um grupo de desejos à espreita; outro de tendências meio adormecidas; e toda uma companhia de desejos vibrantes. Para sermos fiéis a nós mesmos, não adianta empurrarmos para o lado estes companheiros de viagem que iniciaram a vida conosco. Temos que lhes dar um pouco de atenção, pelo menos, se não quisermos perder o jogo da vida. Talvez um dos companheiros precise de algumas: quem sabe os apetites desmedidos, a inveja, ou outro que possa sufocar nosso crescimento ou ferir o próximo. Alguns, como os desejos egoístas, podem precisar de fortes doses de conselhos e de tratamento. Existem outros que são suficientemente seguros para merecer nossa confiança ou, pelo menos, para ser tolerados, como os instintos sociais e o instinto de conservação. Há uns poucos que precisam ser cultivados intencionalmente: as tendências favoráveis; o espírito de reverência e de serviço; o amor pela verdade. Temos que cuidar adequadamente de cada uma dessas tendências, pois é assim que se educa o ser interior.
Em outras palavras, temos que ser fiéis a nós mesmos não no sentido de oferecer flores a todos as tendências que tivermos, mesmo as mais groseiras, e sim no sentido de reconhecer o lugar que cada uma ocupa no mapa de nossa vida, verificando e subjugando, ou guiando e dirigindo, as tendências da mencionada multidão, de modo a fazer com que cada uma contribua para o bem-estar e para a felicidade geral do todo. [...].

YOGANANDA, Paramahansa. O romance com Deus: como perceber Deus na vida diária. Los Angeles: Self Realization Fellowship, 2013. v. 2, p. 308-309.

Azalea indica
L´illustration horticole. v. 9, 1862.
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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Escolhas precipitadas


Aguardemos a hora apropriada. Se não temos certeza de que este é o momento exato de agir, se não visualizamos com clareza o início da estrada a ser percorrida, se não possuímos firmeza na decisão a ser tomada e se não desponta uma conclusão resoluta, esperemos um tanto mais; o "momento de atuação" ainda não é propício.
Algumas vezes ficamos amedrontados e agimos apressadamente, movidos pela ansiedade. Outras vezes, procedemos de modo impetuoso, buscando desforra ou querendo castigar alguém.
Em muitas circunstâncias, decidimos depressa demais em função de impor aos outros uma decisão rápida, ou de forçá-los a resolver velhos conflitos. Em outras ocasiões, entramos em desespero pelo medo de não chegar a tempo de resolver o problema ou de deixar de usufruir benefícios e privilégios.
Nem sempre as coisas estão à nossa disposição. Não temos sob controle o "tempo de duração" daquilo que já conquistamos. A propósito, como a mudança está implícita no processo da evolução humana, é preciso aceitar a face mutante de tudo o que existe na vida física.
Dar "tempo ao tempo" não é tempo perdido. Uma atitude antes da ocasião certa pode ser tão inapropriada quanto aquela tomada tarde demais. Às vezes, em poucas horas ou dias tudo poderia ser resolvido corretamente. [...].
Quem acende a luz interior confia, espera e se despreocupa de fazer ou de obter algo com precipitação e urgência. A propósito, esperar é uma atitude corajosa, benéfica, vantajosa e de fé na Ordem Sagrada.
Há em nós uma orientação divina, um rumo certo que, se ouvidos humildemente, nos levam a tomar a atitude correta no momento exato. [...].

HAMMED (espírito). Um modo de entender: uma nova forma de viver. Psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto. Catanduva, SP: Boa Nova Editora, 2004. p. 151-153.



Atlas des plantes de jardins e d´appartaments exotiques et européennes 4. Paris. 1896
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Paciência

   Nossa impaciência desequilibra os processos internos e externos da Natureza em nós. Atos e atitudes pacienciosas podem mudar nosso modo d...