Osho destaca que a felicidade é um estado de ânimo que, em algumas ocasiões, é produzido pela posse de um bem. Ganhamos na loteria e somos felizes, mas é um estado apenas momentâneo, pois a lembrança dos que não estão conosco pode nos arrancar essa felicidade, ou o fato de pensar na violência e na pobreza que há no mundo nos submerge novamente na tristeza. Isso nos leva a considerar dois fatores: primeiro, que a felicidade é uma forma a priori da sensibilidade humana; segundo, como dizem os mestres espirituais, que a felicidade não vem de fora, surge internamente e depende de si mesmo.
A alegria seria uma consequência da felicidade, já que se manifesta com signos externos: dançamos, rimos, estamos contentes. Mas também são instantes momentâneos, já que mais cedo ou mais tarde a felicidade desaparece e, com ela, esses signos externos.
No entanto, pode existir uma felicidade serena. O simples fato de nos levantarmos a cada manhã e nos darmos conta de que estamos neste mundo, de que vivemos e de que temos uma missão a cumprir pode nos levar a essa felicidade serena. Acontece que ninguém acredita na felicidade, e isso faz com que o homem não possa ser feliz. [...].
A realidade é que a felicidade não está relacionada com o mundo externo. Pode parecer assim em momentos determinados, mas não deixa de ser um estado de ânimo passageiro. Podemos estar apaixonados por uma pessoa e ser correspondidos, e acreditamos estar felizes, mas essa situação não deixa de ser tão passageira quanto qualquer outra. É uma felicidade externa. Os mestres espirituais explicam que, para ser verdadeira, a felicidade deve provir de nosso interior e estar relacionada com nossa consciência.
A outra felicidade, a externa, depende das pessoas e é muito relativa. Para algumas pessoas, uma bobagem as faz felizes. Há coisas que fazem felizes a algumas pessoas e a outras, não. Em qualquer caso, como é externa, é uma felicidade passageira. Uma comida pode fazer uma pessoa feliz, ou fazer amor com outra, mas isso é prazer, não é felicidade, e é, também, o mais passageiro que existe.
"Os humanos podem ser tremendamente felizes e tremendamente infelizes, e são livres para escolher".
Osho
BLASCHKE, Jorge. Além de Osho: as chaves de seus best-sellers. Ideias, ensinamentos e a mensagem do grande mestre. São Paulo: Madras, 2010.p. 161-162.
Pintura de Oscar Bluhm (1867-1912) |