terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Cultivar o amor próprio

    O cultivo do amor próprio é fundamental para estabelecermos uma relação amistosa com nós mesmos e com o próximo. Nem sempre percebemos isso, mas nós não nos relacionamos apenas com os outros - relacionamo-nos, primeiramente, com nós mesmos. E, se essa relação de si para consigo não for boa, todas as demais estarão fadadas a conflitos constantes.

    Muitas vezes, projetamos nossos conflitos internos nas relações com as pessoas à nossa volta. Comumente, não é bem a relação com o outro que está mal, é a relação que tenho comigo mesmo que não está bem. A maneira como eu me trato influencia a forma como eu lido com as pessoas. Se tenho dificuldades em me aceitar, de que maneira posso aceitar as imperfeições alheias? Se sou intolerante com minhas falhas humanas, como posso conviver em paz com os que também são humanamente imperfeitos? Como posso ser para o outro aquilo que não sou para mim mesmo?

   E todas as minhas projeções implicam devoluções. A vida faz eco das atitudes que tenho para comigo. Tudo repercute e volta pra mim. Por isso, o mundo vai me tratar da mesma forma como lido comigo. Quem é muito crítico consigo mesmo, provavelmente, atrairá muitas críticas em sua vida. Quem não se dá um pouco de paz só encontrará guerra em seu caminho. Quem vive caído em culpas acabará atraindo as dores da autopunição, em forma de doenças, agressões, desastres e obsessões espirituais. Quem não se dá o devido valor acaba atraindo pessoas que o desvalorizam. Quem não se considera não pode ser considerado. Quem não se ama terá muitos obstáculos para encontrar alguém que o ame.

    O primeiro passo de tudo é trabalhar a autoaceitação, sem o qual o amor não pode existir.

FONTE:

DE LUCCA, José Carlos. O jardim da minha vida. São Paulo: Planeta do Brasil, 2017. p. 57-58.


Arrumando as flores
Pintura de Delphin Enjolras (1857-1945).


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